terça-feira, 11 de setembro de 2012

Período Pré-Socrático


Entre os séculos IX e VI antes de Cristo, o mundo grego passou por uma profunda transformação. Ocorreu uma ampla mudança política, social, religiosa e cultural, envolvendo múltiplos fatores que não são ainda totalmente compreendidos. Por um lado, o contato comercial e cultural muito intenso com outros povos, nesse período, trouxe ao mundo grego uma variedade de ideias que passaram a ser confrontadas com o pensamento tradicional. Isso envolveu a entrada de novas concepções religiosas, políticas, filosóficas, científicas. O aparecimento de uma classe econômica poderosa, através do comércio, enfraqueceu a antiga aristocracia. Surgiram novos valores e uma sociedade mais aberta, pessoas mais confiantes em seu próprio poder individual, com um enfraquecimento de toda a tradição cultural e do respeito pelos mitos, pela religião e pela autoridade antiga.
Os filósofos anteriores a Sócrates são chamando de Pré-Socráticos e escreveram obras que no entanto não foram conservadas. Tudo o que se sabe sobre eles é indireto, baseado em pequenos trechos de seus escritos, citados por autores que vieram depois deles (os fragmentos dos pré-socráticos) e em descrições feitas por autores posteriores a Sócrates(os testemunhos ou doxografia).
A característica fundamental do pensamento grego está na solução dualista do problema metafísico teológico, isto é, na solução das relações entre a realidade empírica e o Absoluto que a explique, que Deus e mundo ficam separados um do outro. Consequência desse dualismo é o irracionalismo, em que fatalmente finaliza a serena concepção grega do mundo e da vida. O mundo real dos indivíduos e do vir-a-ser depende do princípio eterno da matéria obscura, que tende para Deus como o imperfeito para o perfeito; assimila em parte, a racionalidade de Deus, mas nunca pode chegar até ele porque dele não deriva. E a consequência desse irracionalismo outra não pode ser senão o pessimismo: um pessimismo desesperado, porque o grego tinha conhecimento de um absoluto racional, de Deus, mas estava também convicto de que ele não cuida do mundo e da humanidade, que não criou, não conhece, nem governa; e pensava, pelo contrário, que a humanidade é governada pelo Fado, pelo Destino, a saber, pela necessidade irracional. O último remédio desse mal da existência será procurado no ascetismo, considerando-o como a solidão interior e a indiferença heróica para com tudo, a resignação e a renúncia absoluta.
Fonte: mundociencia.com.br

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